12 de dez. de 2009

Perfura-me

Não sei o que, mas vai perfurando
Meus medos, minha angústia, meu pensar
Perfurando como se fosse uma pequena agulha
No palheiro que não consigo encontrar

Perfura-me silenciosamente, a loucura
o silêncio dos meus movimentos vazios
e assim vou seguindo à mesura
esperando que se acenda o pavio

Escuto, calada, o barulho desta noite
que não me acalma com o cair da chuva fina
Apenas perfura-me sem nada indagar...

E tudo não passa de um mero açoite!
Desta cruel sensibilidade da rotina
Que espera o sentido de tudo se queimar!

Rangele Guimarães

Um comentário:

Alberto Marlon disse...

A espera, que leva à loucura dos movimentos vazios.
Nos faz escutar, calados, o orvalhar das noites perfurantes.
E a rotina, que tudo açoita em um cruel desvario carburante.
Leva sempre a sensibilidade ao desafio.

( adorei o poema, parabéns à poeta e quem postou.)